quarta-feira, 25 de maio de 2011

Neuroma de Morton

Desde que comecei a veicular cartazes e folders citando indicações para palmilhas proprioceptivas, recebi vários e-mails (e também "ao vivo e a cores") questionando: O QUE É NEUROMA DE MORTON?



Pois bem, achei um artigo da Acta Ortopédica Brasileira de 2005, que na sua introdução o explica muito bem. Segue o trecho:


“(...)O neuroma de Morton foi descrito por Thomas Morton em 1876, como uma lesão não neoplásica representada por fibrose perineural do nervo digital plantar. O nervo é afetado, em nível do espaço, entre as cabeças metatarsais e está freqüentemente associado à resposta inflamatória adjacente. A lesão ocorre com maior freqüência entre o terceiro e o quarto ossos metatarsais, e também entre o segundo e terceiro metatarsos, sendo incomum entre o primeiro e o segundo e raro entre o quarto e o quinto(1). A maior ocorrência no terceiro espaço se dá pelo fato de que este é o local mais freqüente da união entre os ramos lateral e medial dos nervos digitais plantares, que ficam engrossados e comprimidos no terceiro espaço. A maior mobilidade do quarto metatarso, em relação ao terceiro favorece a ocorrência de microtraumas(2).
Devido à predileção pelo sexo feminino, sugere-se que a lesão seja desencadeada pelo uso de sapato de salto alto, onde ocorre um aumento da pressão na cabeça dos metatarsos e conseqüentemente, compressão do nervo(2).
Clinicamente, o neuroma desenvolve dor característica no antepé, levando o paciente, em certas ocasiões, a retirar o sapato e massagear os dedos. A dor irradia-se para os dedos, podendo ocorrer fenômenos parestésicos nas áreas inervadas pelos ramos nervosos envolvidos e sensação de queimação, que podem ser agravados pelo uso de sapatos antifisiológicos(2).
No exame físico pode ser encontrado o sinal de Mulder, no qual o examinador realiza uma compressão látero-lateral do antepé, acompanhada de pressão na face plantar do terceiro espaço intermetatarsal. Quando positivo, ocorre estalido e ressalto doloroso resultante da movimentação brusca do neuroma no espaço entre as cabeças metatársicas(3).
Radiograficamente, não há imagem sugestiva, sendo a radiografia útil para o diagnóstico de outras patologias que causam metatarsalgia.
Ao ultrassom, a lesão aparece como forma circular ou ovóide, bem definida, massa hipoecóica localizada justaproximal à cabeça metatarsal, no espaço intermetatarsal. Lesões menores de cinco milímetros podem ser difíceis de se observar ao exame ultrassonográfico(1).
Resultados de ultrassonografia comprovam que as massas foram encontradas no primeiro espaço em 8% dos casos, no segundo espaço em 44%, no terceiro espaço em 46% e no quarto espaço em 2% dos casos(4).
A ressonância magnética é um exame de imagem que certamente demonstra o neuroma, suas características e seu tamanho(5,6). Para visualização do neuroma, usam-se cortes oblíquos coronais com paciente em supino e pé em 20° de flexão plantar(7). A imagem é de uma massa bem localizada entre as cabeças metatarsais, com sinal de baixa intensidade em imagens T-1 e T-2. Em T-1, as se-qüências são mais úteis, pois o neuroma hipointenso está cercado de tecido gorduroso hiperintenso. A hipointensidade do neuroma é atribuída ao tecido fibroso(7,8).
O neuroma aparece, patologicamente, como um alargamento fusiforme do nervo digital plantar na sua bifurcação, com afilamento do fascículo epineural, fibrose perineural com grande quantidade de colágeno (corpos de Renaut) e perda de fibras mielinizadas(1).
O tratamento inicial do neuroma de Morton é direcionado para a mudança de hábito, quanto ao uso de calçados, dando preferência ao uso de salto menor e bico mais largo, sendo também instituído uso de antiinflamatórios não hormonais e fisioterapia de alongamento da fáscia plantar e flexores dos dedos, mais ultrassom. Podem ser usadas, como coadjuvante, palmilhas para supressão de carga na região metatarsal acometida, com barra retrocapital. Também pode ser utilizada injeção de esteróide ou de uma mistura de preparado de hidrocortisona e anestésico local, para produzir alívio que pode durar de semanas a meses(9).
Quando o tratamento conservador falha, outros métodos podem ser utilizados, incluindo neurólise e liberação cirúrgica do ligamento metatarsal transverso para descompressão(10).(...)”


Como sempre, não basta falar é preciso comprovar! Leia o artigo na íntegra:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-78522005000500011

terça-feira, 24 de maio de 2011

Mobilização e manipulação em coluna cervical

Estava eu, lendo uns artigos no site http://www.terapiamanual.com.br/ hoje e ao reler o "Efeitos no sistema nervoso simpatico periferico após manipulação e mobilização da coluna cervical" de Sergio Marinzeck e Tina Souvlis, o interpretei diferente de quando o li a alguns anos quando fiz a formação em Maitland. Engraçado como a sede de conhecimento é insaciável, sempre uma teoria levando a outra, cada qual mais interessante!

Quem se interessar é só acessar o link abaixo, este e mais alguns são de acesso livre:
http://www.terapiamanual.com.br/site/noticias/arquivos/200912151051110.artigo_15.pdf

Aquele abraço!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Análise do equilíbrio postural estático após o uso de palmilhas proprioceptivas


MATTOS, Hércules Moraes. Análise do equilíbrio postural estático após o uso de palmilhas proprioceptivas. 2006. Dissertação (Mestrado em Bioengenharia) - Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos.

RESUMO

INTRODUÇÃO: A Podoposturologia é uma área do conhecimento que abrange postura corporal humana. Utiliza as palmilhas proprioceptivas com a finalidade de prevenir e tratar alterações posturais. Neste tratamento são utilizadas peças podais corretivas descritas como: barras, elementos, cunhas e calços. Na avaliação são observadas as variáveis descritas pelo Protocolo CNT. A postura do corpo humano é descrita como sendo a base de toda funcionalidade corporal. Para o indivíduo ter uma boa postura o centro de gravidade deve se localizar no polígono de sustentação representada pelas plantas dos pés. OBJETIVO: Analisar a influência das palmilhas proprioceptivas termomoldáveis no equilíbrio postural ortostático e verificar se há variação nos parâmetros estabilométricos (equilíbrio) pré e pós uso de palmilhas proprioceptivas (posturais) termomoldáveisno deslocamento radial dos baricentros do corpo; na descarga de peso no apoio plantar antero-posterior e na descarga de peso no apoio plantar laterolateral. METODOLOGIA: A pesquisa foi realizada na cidade de Londrina, estado do Paraná, com 56 indivíduos, com idade entre 30 e 40 anos, sendo 32 homens e 24 mulheres. Para a coleta dos dados foi utilizada uma plataforma de força com sensores de quartzo piezoelétricos com programa de análise denominado de Footchecker 3 o qual permite uma análise estabilométrica. Os voluntários foram avaliados pelo protocolo CNT, e através desta avaliação foram definidas quais peças podais seriam utilizadas na confecção das palmilhas. RESULTADOS: Após 2 meses de uso da palmilha, os indivíduos foram submetidos a novos exames para comparação. Para a análise estatística dos dados foi utilizado o programa Microcal Origin 6.0. Os resultados obtidos através da análise estatística de significância t-Stundent Pareado (p = 0,05) apontaram diferença significativa na descarga de peso no apoio plantar antero posterior e látero lateral entre os momentos pré e pós para a variável deslocamento do peso no apoio plantar (p = 0,01). Existe diferença significativa para a variável de oscilação do corpo antero posterior e látero lateral entre os momentos pré e pós para o equilíbrio postural (p = 0,01). CONCLUSÃO: Os indivíduos obtiveram uma menor trajetória de deslocamento da oscilação corporal antero-posterior e látero lateral e uma melhor distribuição da carga de peso no apoio plantar após o uso das palmilhas proprioceptivas termo moldáveis. Estas palmilhas favorecem uma melhor distribuição do apoio do peso corporal entre os pés e uma menor oscilação do equilíbrio corporal devido, possivelmente, a uma melhor organização do tônus muscular e postural.


Leia na íntegra:

terça-feira, 17 de maio de 2011

Estudos sobre a Podoposturologia

Falar só não basta é preciso comprovar! Então vou começar a postar artigos científicos para apreciação dos interessados. Qualquer dúvida estou a disposição!


"Comparação da pressão plantar e dos sintomas osteomusculares por meio do uso de palmilhas customizadas e pré-fabricadas no ambiente de trabalho"

  Josiane S. Almeida, Guaracy Carvalho Filho, Carlos M. Pastre, Carlos R. Padovani, Rodrigo A. D. M. Martins

 Resumo
Objetivos: Comparar os efeitos do uso de dois tipos de palmilhas, customizadas e pré-fabricadas, sobre a descarga plantar de peso e o comportamento de sintomas osteomusculares em trabalhadoras de linha de montagem. Métodos: Ensaio randomizado com 27 mulheres que trabalhavam em postura ortostática estática, com média de idade de 30,3±7,09 e massa de 64,85±13,65 e que apresentavam sintomas osteomusculares. Inicialmente, aplicou-se o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares e coletaram-se as pressões plantares pelo sistema de baropodometria computadorizada (FootWork). Posteriormente, a casuística foi dividida em grupo controle (GC), que utilizou palmilha pré-fabricada e grupo intervenção (GI), que usou palmilha customizada de etilvinilacetato (EVA) durante oito semanas. Dados baropodométricos foram novamente coletados assim como a reaplicação do questionário. Resultados: Não houve diferença estatística significante na comparação entre grupos e dados baropodométricos. Notou-se, entretanto, mudança de comportamento nas variáveis de descarga em cada momento avaliado, assim como o aumento para as variáveis de média pressão de descarga e pressão plantar máxima (p<0,05). Também não foi mostrada diferença estatística significante para qualquer local anatômico entre os grupos nos diferentes momentos de avaliação. Observou-se que, dentro de cada grupo, houve redução dos níveis dolorosos na região dos pés e da coluna lombar, quando comparado momento inicial e final da intervenção (p<0,05). Conclusões: Ambas as palmilhas reduziram os níveis dos sintomas na coluna lombar e pé. Após oito semanas, houve aumento da pressão máxima e média das pressões nos pés e redução de área de superfície plantar, observados nas duas palmilhas.

Fonte: Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 13, n. 6, p. 542-8, nov./dez. 2009


Leia na integra:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-35552009000600012&lang=pt